Pede-se encarecidamente a quem souber do paradeiro do Sr. Tavares que ligue para a Redacção do «olatuporaqui». Se ninguém atender, deixem recado na Dona Tininha da mercearia. Obrigado e um queijo rabaçal!
Imagem de rara beleza: a fantástica cordilheira montanhosa de Goa onde se presume o Sr. Tavares esteja perdido à procura do Cruzeiro do SulTodos os leitores do «olatuporaqui» sabem da estima (pode dizer-se mesmo adoração) que este blog dedica ao Sr. Tavares. É, por isso, com profundo pesar que descobrimos que o Sr. Tavares está completamente perdido e, provavelmente, não conseguirá tão cedo encontrar o caminho de casa e dos tribunais onde o esperam, no primeiro caso, uns chinelos rotos e carregados de bactérias que se soltaram dos seus pés de atleta (in latu sensu) e, no segundo, quatrocentos e cinquenta e dois processos por insultos e pauladas a desconhecidos e um ou outro anónimo.
E como descobriu a intrépida Redacção do «olatuporaqui» que o Sr. Tavares anda a monte?, perguntarão, com todo o propósito, os nossos tão extremosos leitores. Pois, lendo!, respondemos nós, de pronto. Sim, porque nós somos leitores assíduos de tudo o que escreve o Sr. Tavares, desde teses de doutoramento sobre os frangos ingeridos à hora do chá pelo Sultão do Brunei às estranhas formas de suicídio (de tédio, de excesso de bocejos, de descuido, de displicência, de nojo, etc.) do Rei do Nepal. Desta vez deu-nos para ler o «Esta Noite, o Sul» no qual o Sr. Tavares - com aquele estilo inconfundível que, antes dele, só Lapierre e Collins se atreveram a utilizar, de tão perfeita conjuntura entre as discrepâncias da sintaxe e asincongruências da ortografia – descreve uma noite em Goa, contemplando fascinado o Cruzeiro do Sul.
Aí, sentimos um arrepio gelado percorrer-nos a espinal medula... O Cruzeiro do Sul?! No céu de Goa?! E, de imediato, telefonámos para a Secção de Achados e Perdidos do Corte Inglês. Não. O Sr. Tavares não se encontrava lá. Estavam 268 guarda-chuvas, 3 cães de raça cocker e um mamífero asinino que não era o Sr. Tavares.
As buscas do «olatuporaqui» continuam, incansáveis. Já telefonámos para a Secção de Achados e Perdidos do Continente, do Carrefour das Telheiras e do Jumbo de Alfragide. Descobrimos que há, neste mometo, nessas diversas entidades, seis crianças com menos de dois anos que não páram de berrar com fome; dois cadáveres já em adiantado estado de decomposição que dão pelos nomes de Carvalho e Ferreira; uma garrafa de aguardente Carvalho & Ferreira meio vazia; um corta-unhas da loja Hua-Li-To com raspas de unhas coladas à lâmina; um autocarro de dois andares verde, da Dodge; um gato siamês; três irmãos siameses; duzentas e vinte e nove carteiras com os seus respectivos duzentos e vinte e nove carteiristas; uma sanduíche de fiambrino tipo popular; um pacote de margarina vaqueiro usado; um preservativo barrado com margarina vaqueiro; um bilhete para o filme «O Último Tango em Paris»; um porco; um cavalo com arções; treze gaivotas mortas, doze pombos com gôgo, seis coelhos com moléstia e um não mais acabar de porcarias, embora nenhuma delas Sr. Tavares.
A Guarda Nacional Republicana do Cacém já tomou conta da ocorrência.
À Guarda Nacional Republicana do Cacém, o «olatuporaqui» envia as suas mais sentidas condolências.
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