sábado, 13 de janeiro de 2007

O SR. MADAIL ESTÁ CANSADO DE QUEM SABE QUE SABE QUE ESTÁ CANSADO DELE (OU ASSIM)


«Estou cansado. Sei quem está cansado de mim e eu sei de quem estou cansado». Foi com esta frase de extraordinário rigor que o Sr. Madail comentou o facto de o Sr. Luisão ter sido apanhado por uma brigada de trânsito com excesso de álcool no sangue. O Sr. Madail que, este ano de 2007, já foi apanhado por 78 brigadas de trânsito com excesso de sangue no álcool, o que lhe valeu 300 detenções e 678 ressacas, está cansado das brigadas de trânsito e as brigadas de trânsito estão cansadas dele. «Estou cansado», lamentou-se o Sr. Madail, levando aos lábios uma garrafa de Johnny Walker rótulo preto e esvaziando-a de um trago, soltando depois um sonoro arroto de imediato acompanhado por uma sessão de flatos do Sr. Costa. «Estou cansado», repetiu-se o Sr. Madail, levando aos lábios uma garrafa de gin Bombay e esvaziando-a de um trago, chupando em seguida uma rodela de limão. «Estou cansado de água tónica», disse o Sr. Madail, levando aos lábios uma garrafa de Martini Dry e esvaziando-a de um trago, engolindo de seguida uma azeitona com caroço e tudo. «Sei quem está cansado de mim», disse o Sr. Madail levando aos lábios uma garrafa de Licor Beirão e esvaziando-a de um trago, acrescentando: «Sei de quem estou cansado»... «Sei quem», disse o Sr. Madail levando aos lábios uma garrafa de Casal da Eira de litro e meio e esvaziando-a de um trago, soltando por sua vez uma flatulência e sendo aplaudido pelo Sr. Costa que, não querendo ficar atrás, soltou doze flatulências. «Cansado, sei, estou...», disse o Sr. Madail levando aos lábios uma garrafa de Pisang Ambon e bebendo-a de um trago, deixando escorrer pelos cantos da boca uma baba esverdeada com a consistência de esparregado. «Sei... sei... quem...», disse o Sr. Madail levando aos lábios uma garrafa de Absolut melão e bebendo-a de um trago, vomitando em seguida mais esparregado.
O Sr. Luisão não quis pronunciar-se sobre a Conferência de Imprensa do Sr. Madail que teve lugar num conhecido bar de alterne da capital.
A cabine telefónica da Av. Lourenço Peixinho, em Aveiro, tentou fugir durante a madrugada mas foi apanhada por uma brigada de trânsito com excesso de álcool na lista de classificados.
A GNR tomou conta da ocorrência e levou o Sr. Madail de regresso ao seu alambique.

quinta-feira, 11 de janeiro de 2007

A SRª MARIA DE FÉRIAS NA NEVE

A nossa Srª desembarcou ontem em Nova Delhi absolutamente preparada para as rigorosas temperaturas que vai encontrar no Sul da Índia


A Srª Maria desembarcou ontem no aeroporto internacional de Nova Delhi (Índia) para uma pequena vilegiatura nas famosas estâncias nevadas do sul indiano. O seu sorriso Corega Tabs era radioso e não se notava nem um pingo de cola na placa. A placa bacteriana, por seu lado, fazia-se notar, pedindo meças aos bindis vermelhos que as suas congéneres indianas traziam nas testas. Vestida com um magnífico tailleur creme de lã grossa, cachecol de sarapilheira, brincos a imitar pérola, colar de missangas, duas pulseiras de pechisbeque, aliança de ourina com os dizeres «Aníbal deu-te uma que até te saltou o platinado do cabelo, 1955» e sapatos altos em vinil transparente tipo stripper, a Srª Maria veio absolutamente preparada para as baixas temperaturas que a esperam neste momento em Goa e em Cochim para onde se desloca a Comitiva Cavaco nos próximos dias, logo após umas dispensáveis burocracias com o governo da União Indiana e porcarias do género. É muito provável que a Srª Maria se encontre nas zonas montanhosas no sul da Índia com o Sr. Tavares que continua por lá perdido na sua procura do Cruzeiro do Sul, prescrutando milímetro a milímetro os céus de Goa na convicção de que lá o encontrará algum dia em que a Terra tombe 14 graus no sentido antártico do eixo.
O «olatuporaqui» deseja à Srª Maria umas magníficas férias na neve e um regresso pródigo às bombas de gasolina de Boliqueime.

domingo, 7 de janeiro de 2007

O SR. TAVARES PERDIDO NA BUSCA DO CRUZEIRO DO SUL

Pede-se encarecidamente a quem souber do paradeiro do Sr. Tavares que ligue para a Redacção do «olatuporaqui». Se ninguém atender, deixem recado na Dona Tininha da mercearia. Obrigado e um queijo rabaçal!

Imagem de rara beleza: a fantástica cordilheira montanhosa de Goa onde se presume o Sr. Tavares esteja perdido à procura do Cruzeiro do Sul


Todos os leitores do «olatuporaqui» sabem da estima (pode dizer-se mesmo adoração) que este blog dedica ao Sr. Tavares. É, por isso, com profundo pesar que descobrimos que o Sr. Tavares está completamente perdido e, provavelmente, não conseguirá tão cedo encontrar o caminho de casa e dos tribunais onde o esperam, no primeiro caso, uns chinelos rotos e carregados de bactérias que se soltaram dos seus pés de atleta (in latu sensu) e, no segundo, quatrocentos e cinquenta e dois processos por insultos e pauladas a desconhecidos e um ou outro anónimo.
E como descobriu a intrépida Redacção do «olatuporaqui» que o Sr. Tavares anda a monte?, perguntarão, com todo o propósito, os nossos tão extremosos leitores. Pois, lendo!, respondemos nós, de pronto. Sim, porque nós somos leitores assíduos de tudo o que escreve o Sr. Tavares, desde teses de doutoramento sobre os frangos ingeridos à hora do chá pelo Sultão do Brunei às estranhas formas de suicídio (de tédio, de excesso de bocejos, de descuido, de displicência, de nojo, etc.) do Rei do Nepal. Desta vez deu-nos para ler o «Esta Noite, o Sul» no qual o Sr. Tavares - com aquele estilo inconfundível que, antes dele, só Lapierre e Collins se atreveram a utilizar, de tão perfeita conjuntura entre as discrepâncias da sintaxe e asincongruências da ortografia – descreve uma noite em Goa, contemplando fascinado o Cruzeiro do Sul.
Aí, sentimos um arrepio gelado percorrer-nos a espinal medula... O Cruzeiro do Sul?! No céu de Goa?! E, de imediato, telefonámos para a Secção de Achados e Perdidos do Corte Inglês. Não. O Sr. Tavares não se encontrava lá. Estavam 268 guarda-chuvas, 3 cães de raça cocker e um mamífero asinino que não era o Sr. Tavares.
As buscas do «olatuporaqui» continuam, incansáveis. Já telefonámos para a Secção de Achados e Perdidos do Continente, do Carrefour das Telheiras e do Jumbo de Alfragide. Descobrimos que há, neste mometo, nessas diversas entidades, seis crianças com menos de dois anos que não páram de berrar com fome; dois cadáveres já em adiantado estado de decomposição que dão pelos nomes de Carvalho e Ferreira; uma garrafa de aguardente Carvalho & Ferreira meio vazia; um corta-unhas da loja Hua-Li-To com raspas de unhas coladas à lâmina; um autocarro de dois andares verde, da Dodge; um gato siamês; três irmãos siameses; duzentas e vinte e nove carteiras com os seus respectivos duzentos e vinte e nove carteiristas; uma sanduíche de fiambrino tipo popular; um pacote de margarina vaqueiro usado; um preservativo barrado com margarina vaqueiro; um bilhete para o filme «O Último Tango em Paris»; um porco; um cavalo com arções; treze gaivotas mortas, doze pombos com gôgo, seis coelhos com moléstia e um não mais acabar de porcarias, embora nenhuma delas Sr. Tavares.
A Guarda Nacional Republicana do Cacém já tomou conta da ocorrência.
À Guarda Nacional Republicana do Cacém, o «olatuporaqui» envia as suas mais sentidas condolências.