terça-feira, 2 de janeiro de 2007

SR. JARDIM COMPARADO A UM TEXUGO DURANTE O REVELHÃO

Episódio muito desagradável ensombrou o Revelhão madeirense. Insultado por um reles soldado miliciano, o Sr. Jardim não perdeu nem a compostura nem a alegria e vai de gastar energias num tamborzinho e em copos de três
O Sr. Jardim já sem a farda de zulu mas chegando-lhe com força no tamborzinho. Não foi pelo triste episódio que deixou de se divertir até às tantas e de beber que nem um possesso

Insulto: por esta imagem (gentilmente fornecida pela Sr. Cinha Jardim Gonçalves) se pode ver como foi soez o insulto lançado sobre o Sr. Jardim, acusando-o de estar, e citamos, «gordo que nem um texugo»

«O Jardim está gordo que nem um texugo!» Foi esta frase, eivada de alguma malícia, que fez estragar a passagem de ano ao Sr. Jardim. Vestido de zulu antes da meia-noite, com uma sineta de refeições dependurada no escroto, o Sr. Jardim mostrava o seu rotundo apêndice abdominal, forrado com massa de contacto para lhe dar uma tonalidade africana, enquanto dançava com a Srª Cinha Jardim Gonçalves, provavelmente sua parente do lado zulu, quando ouviu este impropério seguido de três gargalhadas e uma fuga precipitada por entre os foliões.
«O Jardim está gordo que nem um texugo», foi a última frase do jovem Soldado Miliciano Jardim Jardim, do Regimento de Transmissões do Curral das Freiras, com apenas 11 anos de idade. A sua última palavra foi «fodassssssss...», tendo então sido atingido por uma lança de dois metros e meio cuja ponta, de ferro forjado com temas florestais, estava impregnada de veneno da jararaca-de-alcatrazes. O Soldado Miliciano Jardim Jardim, do Regimento de Transmissões do Curral das Freiras, caiu numa prostração de enorme sofrimento, espumando pela boca alguns pedaços de esparregado, duas fatias ainda não digeridas de bolo do caco e seis espetadas em pau de louro, ao mesmo tempo que era alegremente espezinhado pela multidão de foliões que fizerem deste final de ano no Funchal o espectáculo mais bonito do Mundo e tão merecidamente registado numa cerveja Guinness.
Enquanto a turba dos foliões soprava línguas de sogra, atirava confetis e serpentinas, cuspia para o ar escarros do tamanho de ovos de codorniz e soltava flatos de fazer inveja ao Sr. Costa, ouvia-se a voz do Sr. Jardim entoando o «deixa passar esta linda brincadeira» atrás de uma das bananeiras da Avenida Arriaga de onde surgiu já de chapéuzinho de palha à Zé Carioca e um tamborzinho que rufava a toda a força dos seus braços rechonchudos. «Há lá zulus sem lança!?», perguntava sorridente o Sr. Jardim, justificando a sua tão inesperada quão maravilhosa troca de fantasia. «O cabrão do fedelho levou-me a puta da lança nas costas, o ratão colonialista. Deve ser de Lisboa, o cabrão...», ia dizendo o Sr. Jardim para os dezanove mil repórteres do «Diário da Madeira» indigitados pelo Governo Regional da Madeira para cobertura exclusiva das brincadeiras do Sr. Jardim no reveillon (em português revelhão).
A Sr. Cinha Jardim Gonçalves aproveitou a distracção momentânea dos fotógrafos e urinou numa das bananeiras da Avenida Arriga tendo ficado com uma sineta de refeição dependurada numa das costuras do glúteo esquerdo. Felizmente, com o ruído dos foliões e dos flatos, não se escutava o seu contínuo tilintar e também ninguém parecia estar com fome.
O Soldado Miliciano Jardim Jardim, do Regimento de Transmissões do Curral das Freiras, já cadáver, será amanhã apresentado à Guarda Regional Republicana doSr. Jardim para que preste explicações claras e cabais. É acusado, além de alteração à ordem e insulto à mais alta figura do Estado, de furto qualificado de peça raríssima do Museu de Etnografia da República da Madeira e Jardim.

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