sexta-feira, 22 de dezembro de 2006

DESTE UM TRAQUE, DESTE UM TRAQUE / FOSTES TU!/ FOSTES TU!

Diz-me o Rui, lá de cima, que o jantar de ontem foi um horror. O Jorge largou-se como um boi e ainda fez chalaça com a coisa. O Lourenço estava muito amarelo, o pobrezito tem passado mal. Vomitou e a dada altura parece que se chateou com o Jorge e começou a falar, percebes? a falar.O Jorge, na galhofa, fingiu que telefonava ao Sérgio a encomendar um tareão no Lourenço. O Lourenço, coitadito, acreditou - ele não anda bem - e pediu desculpa, muito enfermiço, muito apagado. Uma miséria. Então era o Jorge a largar-se o o outro a borrar-se. Um horror Menino!, o tasco fedia como não há memória. O Lino também ficou indisposto e arrotava como um javali. E não é que a dada altura sacou do peúgo branco e pô-lo em cima da mesa? Um fedor pestilencial! O Jorge ria que nem um perdido e gritava para o Naldo: «fuma meu cabrão, fuma!». Depois obrigou os outros todos a cantarem em voz alta: «Deste um traque/ deste um traque/ fostes tu/ fostes tu/ olha qu'te borraste! olha qu'te borraste/ limpó cu/ limpó cu». As outras pessoas, incomodadas, começaram a protestar. Havia famílias na sala!
O dono do tasco, muito vermelho, chegou-se à mesa a pedir moderação aos senhores e o Jorge, na reinação, telefonou ao Sérgio a encomendar fogo-posto. O pobre ficou ainda mais branco que o Lourenço.
Olha, Menino, diz o Rui que aquilo parecia o «bunker» do Adolfo antes da queda de Berlim.

AMP

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